Ser-Luz, a Iluminação Cênica e o uso do popular filtro (ou gelatina) conhecido como Congo Blue.
Após a conversa com um amigo, profissional e curioso na área da iluminação cênica, em que me questionou se o filtro “Congo Blue” pode ser considerado “Roxo”, achei interessante a abordagem e explico a seguir o porquê tecnicamente que a resposta é NÃO.
Primeiramente, para a Iluminação Cênica, questiona-se o que chamamos e entendemos sobre a cor “roxa”, e para chegar nessa resposta tomo como base a síntese aditiva.
Em segundo, além do comentado, teremos para estudo a descrição cromática permanecente entre as cores vermelho e azul;
De acordo com diversos livros de artes visuais e designers, tomarei em especial para esta resposta o embasamento no livro “Da cor à cor inexistente” de Israel Pedrosa, explica que para esta esta faixa de cores possuímos dois tons: os violáceos e os púrpuras (páginas 127 a 129):
VIOLETA “… cores resultantes do vermelho com azul, desde os azuis-marinhos que se avermelham até os carmins que se esfriam
(…) numa maior precisão, essas tonalidades são chamadas de violáceas
(…) ponto de equilíbrio ótico da mescla do azul com o vermelho (…) em luz essa mescla é denominada MAGENTA
(…) o violeta é a cor extrema do espectro visível, confinando com os raios ultra-violetas
(…) composição tricromática 014.310 unidades de vermelho para 000,396 de verde e 067.850 de azul” PÚRPURA “.
Na mistura de proporção ótica 2/3 de vermelho por 1/3 de azul, obtém-se a mais imponente cor violeta, o púrpura.
Seu ponto de equilíbrio é tão definido que facilmente é encontrado em na mistura de corantes e conhecido pelas refrações luminosas.”
Funcionamento na prática da Iluminação Cênica
Na prática certamente vamos ver através dos dados técnicos (data sheet) dos filtros no catálogo da empresa Rosco
Comparo 2 exemplos que nos mostram tecnicamente a base científica acima:
- o Rosco 339 (popularmente conhecido como Magenta – mas não é o Magenta)
- e o Rosco 382 – Congo Blue (que é o questionamento feito)
Vejam e analisem antes de continuar o post, o que podemos considerar como tom violáceo e púrpura.
Data Sheets (Dados técnicos dos catálogos)
Falando dos dados técnicos para a Iluminação Cênica e o uso do filtro 339 Broadway Pink:
- possui uma composição tricromática em sua distribuição (ou transmissão) espectral pertencendo aos tons violáceos (roxo), enquanto que o filtro 382 Congo Blue podemos ver sua distribuição (ou transsmissão) espectral e considerar em torno de 2/3 de vermelho + 1/3 de azul, sendo considerado púrpura.
O que acha de testar em seu projeto na Iluminação Cênica
Faça um teste com ambos os filtros para cores fosforescentes,certamente perceberá que ambos ressaltam tais gamas de cores, porém esse efeito se dará melhor com os tons púrpuras por serem cores menos saturadas e brilhantes.
Poderá perceber também o brilho das cores fosforescente se darão também como os tons azulados mais escuros, devido a estarem próximos ao ultra violeta; razão pela qual não substitui o efeito das lâmpadas de Ultra Violeta de alta pressão, a famosa “berinjela”, que também é diferente das lâmpadas Fluorescentes longas e compactas que operam com reator.
Para curiosidade:
O efeito de fosforescência ocorre porque os materiais recebem as ondas Ultra-Violetas (que o olho humano não enxerga) e as refrata.
Consequentemente chegam a nossa retina, momento em que as células fotorreceptoras a percebem de maneira mais brilhante (por isso a cor parece intensa).
Quanto o uso dos nomes das cores:
- porque existem inúmeras classificações dadas por contextos sócio-culturais, históricos e até modistas.
- poderá haver o mal entendimento à distinção e explicação para a mesma cor, por isso é interessante estudar a literatura sobre cores que encontramos principalmente na área de designer, que possuem livros ricamente estudados sobre o assunto.
Nunca se esqueça que a cor é proporcional a fatores, psicológicos, culturais, étnicos:
Enquanto para um determinado grupo a cor pode ser algo muito simbólico, para outro poderá ser algo instigante de não aceitação.
Fontes informação:
“Da cor à cor inexistente” de Israel Pedrosa, 10ª edição, 2014, Editora SENAC
“O guia completo da cor” de Tom Frasser e Adam Banks, 2ª edição, 2007, Editora SENAC
“Cor” de Gavin Ambrose e Paul Harris, 2009, Editora Bookman
Dados técnicos extraídos site Rosco do Brasil:
http://roscobrasil.com.br/supergel
Brindes especiais para este post:
Agora poderá ouvir o Podcast do “Cartilha de Iluminação Cênica”, ouça no link abaixo:
BORA ILUMINAR O MUNDO!!!