Bob Wilson na Iluminação Cênica

Bob Wilson na Iluminação Cênica

Minha experiência na Iluminação Cênica e o universo de Bob Wilson, descritas especialmente a você: SER IILUMINADO.

Descrevo meu comentário sobre uma montagem no Brasil de Bob Wilson. o espetáculo “The old woman – A velha”, participando do elenco o bailarino e ator Michail Barishinikov e ator Willen Dafoe.

Sempre digo que os espetáculo de Bob Wilson são impecáveis, surpreendentes e grandiosos. Em todos os sentidos, e assisti-los é muito mais que um prazer na arte, é uma aula de estética visual incomparável.

Além do elenco se alinhar desde a movimentação dos atores no palco, texto, figurinos, iluminação, sons e trilha sonora, efeitos especiais, cenários e toda uma maquinaria cênica que envolve o espectador de tal maneira, que é impossível deixar de ficar fascinado com o espetáculo.

 

Parte do processo de criação por Bob Wilson

Bob Wilson é sutil e delicado em tudo que faz. Sabe colocar tudo no momento certo no palco e nesse montagem em especial.

A peça foi escrita para a linha de trabalho do teatro do absurdo. Mas ele consegue juntar tantos elementos que se encaixam, pois mostra toda a sua criatividade de adaptação e diversas formas de se atuar, sem interferir na temática central do espetáculo.

Mesmo que você não seja um profissional da arte, você sai do espetáculo com vontade de voltar mais vezes e ver espetáculos de teatro que realmente valham a pena, por exemplo.

O interessante são as misturas artísticas que faz. Mistura o teatro do absurdo, com cenas de Vaudeville, Teatro Nô e teatro físico. Tudo isso cria dinamismo espetacular para o espetáculo.

Também fazem com o espectador fuja da realidade da vida em todo momento que esteja vendo. Situações engraçadas e  tristes, visual em todos os planos de palco que se possa usar, toda a caixa cênica tomada ora por luz, ora por cenários, ora por atuações, esse é o encenador Bob Wilson.

 

O elenco

Barishinikov e Willen estão surpreendentes, uma preparação vocal e física de ambos, que é encantadora:

  • Barishinikov já sabia de seu poder de interpretação através de sentimentos (assistam ele em “O sol da meia noite”, na coreografia de abertura “Le jeme home et la mort” de Roland Petitt e entenderão do que estou falando), Enquanto bailarino não nos mostrou somente sua grandiosidade técnica no corpo, ams também na maneira com que interpretou nos grandes ballets clássicos que sempre protagonizou;
  • Willen Dafoe nos brincou com suas interpretações nos filmes “Mississipi em Chamas”, “Platoon”, “Ruas de fogo”, “O aviador”, “Batman”, dentre outros. Vem de carreira teatral, e sua interpretação vocal nos personagens do texto são de arrepiar. Ambos estão tão interligados no palco, que em diversas situações você se pergunta quem é quem mesmo? A direção de Bob optou por criar um único personagem para os dois, o escritor, e com o mesmo figurino. mantém o público entretido, apenas mudanças de ambientes através da iluminação e cenografia, auxiliam na “troca de personagens” de cada um deles, mostrando o que é o poder de uma bela direção e dois atores que o surpreende a cada cena.

 

Algumas cenas

Falando da iluminação, todos sabem que sou o fã número 1 do Bob Wilson no Brasil. Comento e mostro algumas fotos que achei na net (as fotos estão “linkadas” com o site original), abordarei sobre a estética visual da cena proposta:

– abaixo: “cena 4, o escritor quer trabalhar e entra a velha e começa a lhe dar ordens”.

Percebam como Bob trabalha com cor complementar (verde e vermelho) e uma análoga ao fundo (Lavanda).

Por isso sempre trabalho nas oficinas a importância de conhecer tecnicamente as cores, isso prende a atenção do espectador e demonstra muito conhecimento e um  trabalho extremamente técnico:

Bob Wilson iluminação cênica
clique na imagem para foto original

 

– aqui uma outra “cena 5: Poema do sonho 1”, Bob opta por trabalho com sombras.

Percebam a dimensão em que a cena é proposta, o trabalho de perspectiva que a sombra nos impõe a observar. Mostra-nos que o palco aparentar ser bem maior do que é, o ciclorama é iluminador num tom mais frio, criando a impressão de profundidade.

As árvores, colocadas de maneira aérea (percebam que não encostam no chão) nos cria a sensação do irreal, de algo idílico, ao fundo o som da cena tem um pássaro cantando, a cena nos envolve de tal maneira que quebra a “quarta parede”, nos permite a sensação de estarmos juntos na cena, em cima do palco.

Bob Wilson iluminação cênica
clique na imagem para foto original

 

Meus registros ….
Bob Wilson iluminação cênica
clique na imagem para site original

O espetáculo me inspirou tanto que poderia escrever mais uns 20 posts comentando sobre cada detalhes. Mas minha intenção não é essa, é apenas mostrar a vocês, amigos iluminados.

A importância de estudar a linguagem visual de para a criação de luz de um espetáculo. Quando digo que é necessário isso, muitos acham besteira.

Sobretudo levanto a bandeira da importância de estudar um pouco sobre artes visuais.

Principalmente cores, perspectivas, traçados, conhecer a vida de artistas, estudar com carinho a arte impressionista, expressionista e surrealista.

Contudo são artistas estudaram muito a noção de espaços e cores, cito os estudos de Paul Klee e Kandinsky que nos deixaram obras, e outros que já citei em posts anteriores.

 

Fontes do post

Links das fotos:

http://www.lefigaro.fr/culture/2013/11/07/03004-20131107ARTFIG00341-bob-wilson-fan-de-lady-gaga.php http://www.cuttingedge.be/podiumexpo/robert-wilson-mikhail-baryshnikov-willem-dafoe–old-woman  

FABRICAÇÃO CADEIRA:

http://www.rota-lab.com/en/space/installations/the-old-woman-en

 

Brindes especiais do post

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Agora poderá ouvir o Podcast do “Cartilha de Iluminação Cênica”, ouça no link abaixo:

BORA ILUMINAR O MUNDO!!!


Iluminação Cênica Alessandro Azuos

 

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