DMX Iluminação Cênica: Sobre O Protocolo DMX 512 (parte 1/2)

Ser-Luz, “Ser Profissional em Iluminação Cênica sem conhecer o DMX é a mesma coisa que se formar em Direito e não saber o que é a Constituição da República Federativa do Brasil”.

Esse post será dividido em 2 partes:

    • parte 01: Protocolo DMX 512
    • parte 02 : ArtNet E Interfaces (poderá ler o artigo clicando aqui)

A Iluminação Cênica é uma parte importante de qualquer espetáculo no Entretenimento em geral.

Ela pode ajudar a criar um ambiente emocionante e transportar o público para outro lugar e um dos principais protocolos utilizados na indústria de Iluminação Cênica é o DMX.

Através do protocolo DMX, os profissionais podem controlar a cor, a intensidade e outras características das luzes a partir de uma única fonte.

Isso torna a criação de um espetáculo visualmente deslumbrante muito mais fácil e eficiente.

Neste artigo, vamos explorar mais sobre o que é o DMX, como ele funciona e como ele é usado na Iluminação Cênica.

 

ILUMINAÇÃO CÊNICA: DMX BÁSICO

Para iniciar te faço uma pergunta, você sabe o que “Protocolo de Comunicação”? Se ainda não sabe, te explico:

“No universo dos computadores, ou digital em nosso caso, um protocolo é um sistema que permite a comunicação, conexão e transferência de dados em sistemas computacionais.”

Ou seja, Protocolo é uma forma de “linguagem entre os computadores, uma forma de idioma que segue padrões internacionais e os computadores se comunicam”.

Na Iluminação Artística, ou Cênica, no Entretenimento utilizamos o Protocolo DMX 512.

O Protocolo DMX é a principal comunicação entre os Instrumentos de Iluminação multiplexados, é a “linguagem” mais básica entre os instrumentos da Iluminação, controlados de forma digital através de um software.

É um assunto de obrigação profissional para que possa começar a compreender o universo de controle da Iluminação de Palco moderna.

 

ENTENDA A SIGLA DMX: O QUE SIGNIFICA…

Simples: DMX vem de “DeMultipleXador” ou poderá encontrar também como “DeMultipleX”.

Enquanto os que tem mais tempo na carreira, vão se lembrar do aparelho barulhento que colocávamos nos dimmers analógicos para virarem digitais, se lembram?

Enquanto os mais novos na carreira tem a ideia que o DMX sempre existiu e não faz ideia das bobinas de dimmers analógicos que fritavam quanto chegávamos na carga máxima de 4K por canal de dimmer… kkkkkk

Neste post falarei primeiro sobre o DMX e na sequência sobre os protocolos mais modernos como fibra ótica, RDM e wireless.

Conforme o Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos, define DMX 512:

DMX 512: o sistema DMX 512 (sigla de DeMultipleXador, ou DeMultipleX) é um protocolo que tem como objetivo estabelecer os parâmetros de comunicação referentes à iluminação cênica e efeitos em projetos na área do entretenimento em geral (convencional e digital).

O seu funcionamento ocorre através do endereçamento e combinação de dados digitais, entendendo como trocas de informações entre todos os materiais ligados nesse sistema através do cabo DMX (mais conhecido como CONECTOR XLR) de cinco pinos (mas geralmente somente três pinos são usados), que devem estar devidamente balanceados e de acordo com especificações técnicas de impedância e capacitância.

Entre os sistemas digital e analógico, existe uma única similaridade: o recebimento e envio de dados. No sinal analógico, acontece essa troca de maneira singular, em que a cada canal no rack/dimmer seria necessário um cabo correspondente que chegaria até a mesa de controle; no sinal digital, este protocolo permite 512 sinais sendo recebidos e enviados ao mesmo tempo através de um único cabo, que chamamos de UNIVERSO DMX; atualmente, é possível a transferência de informações e controle DMX por cabos de fibra ótica e sistema wireless (RDM e ART-NET, veja na sequência).

Essa tecnologia permite criar um sistema de comunicação entre diversos consoles, deixando um como principal, que receberá todas as informações, possibilitando que seja executada toda a operação.

É comum encontrarmos os cabos XLR de microfone nesse uso, porém são cabos que não estão dentro das disposições técnicas para o procedimento correto da troca de dados executada por estes cabos, podendo haver problemas técnicos em grandes distâncias.

 

ILUMINAÇÃO CÊNICA E UM POUCO DA HISTÓRIA DO DMX 512

Esse é outro assunto que amo, contar história das coisas!!

Em meu livro “Dicionário da Iluminação Cênica” faço um apanhado mais generalizado sobre o DMX 512.

É um protocolo que nasceu em comum acordo entre diversas instituições mundiais responsáveis por manter uma padronização mundial na Iluminação Cênica de entretenimento.

Estabeleceram, na década de 90 o protocolo DMX 512, ou seja, qualquer instrumento de iluminação no Entretenimento que se fabrica, deverá obedecer normas internacionais pré-estabelecidas para que funcione com a “linguagem digital”.

Me refiro a essa “linguagem digital” indexada (configurada) dentro do protocolo DMX 512.

Mais uma citação do Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos:

Uma curiosidade histórica que vale ressaltar: é um padrão criado em 1986 a pedido do USITT (United States Institut Techonology Theater), desenvolvido especificamente para possibilitar a comunicação entre aparelhos de iluminação.

Entenda a trajetória desse Sistema, em ordem cronológica:

D54: está entre os protocolos mais antigos (um protocolo pré DMX512), que usa um fluxo dos níveis de tensão analógico e era o padrão Strand Lighting e AMX 192 (EUA Standard, introduzido por volta de 1975), podia controlar até 192 canais e usa um conector XLR de 4 pinos. (AMX: Analógica MultipleX).

SMX: outro protocolo (pré DMX 512) de comunicações entre dimmers digitais criado pela Strand Lighting.

DMX512-A: é um padrão desenvolvido na ESTA (Entertainment Services and Technology Association) – regulamentada pela ANSI 1.11 em 2008 – compatível com DMX512, mas tem parâmetros mais rigorosos de segurança e oferece alguns melhoramentos de funcionalidade. Fonte da informação: https://wiki.openlighting.org/index.php/DMX512-A

ART-NET: interface para controle do protocolo DMX 512, via Ethernet. É uma marca de copyright por Artistic Licence Holdings Ltda., tem seu uso liberado no domínio público e livre de royalties. Poderão obter mais informações em: http://art-net.org.uk/. Veja também ARTNET

RDM (Remote Device Management): é uma atualização para PROTOCOLO DMX 512 que inclui a comunicação bidirecional entre o CONSOLE e INSTRUMENTO DE ILUMINAÇÃO controlado remotamente, como tradução livre do termo “Gerenciamento Remoto de Dispositivo”. Veja mais no site: http://www.rdmprotocol.org/

sACN (Streaming for Architecture of Control Networks): é um sistema internacional de rede adaptado do padrão ACN, mantido pela Entertainment Services and Technology Association, padrão pela ANSI desde 2006 e posteriormente revisado em 2010, utilizado quando precisa de muitos diversos DMX 

fonte: Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos

CONTINUANDO A HISTÓRIA…

Às vezes parece que o labirinto de protocolos de controle de iluminação é tão complicado que é preciso mais do que um mapa e uma bússola para encontrar o caminho.

Na verdade, toda essa atividade e desenvolvimento nos leva a um novo mundo onde a interoperabilidade e a comunicação entre controladores de todos os fabricantes serão mais fáceis e transparentes do que nunca.

Antes dos sistemas DMX512, a maioria dos fabricantes tinha seus próprios protocolos de controle e eram proprietários e incompatíveis com equipamentos de terceiros.

Conforme a indústria cresceu e se tornou mais complexa, particularmente com o advento dos movings, a necessidade de compatibilidade entre os fabricantes tornou-se crítica.

Em 1986, a Comissão de Engenharia da USITT patrocinou uma sessão em sua Conferência Anual em Oakland, Califórnia.

A partir desse período de reuniões e conferências, foi iniciado um novo projeto que deu origem ao USITT DMX512 (Padrão de transmissão digital de dados para reguladores e controladores).

A expectativa era que protocolos proprietários ainda fossem usados, mas quando houvesse a necessidade de misturar equipamentos de diferentes fabricantes em um sistema, os usuários poderiam mudar para DMX512.

O DMX512 foi desenvolvido para ser o protocolo denominador comum no entretenimento e como um protocolo de fluxo único para controle inteligente (consoles de iluminação) e envia informações para dispositivos simples (Dimmer).

Cada vez mais descobrimos que aqui há uma necessidade de que os dispositivos que recebem o sinal DMX (iluminação e dispositivos robóticos, servidores de mídia, acessórios de LED) tenham inteligência a bordo e, portanto, a necessidade de fornecer uma rede interativa.

Onde qualquer comando pode ser enviado para todos os dispositivos e informações sobre a situação podem ser recebidas novamente.

 

DMX 512 NA P´RATICA DIÁRIA DA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Entender o DMX 512 é algo muito simples, resume-se em 1 cabo de sinal digital que pode enviar 512 sinais de comunicação.

Simples não é mesmo?

A complicação começa ao compreendermos o que são esses 512 sinais de comunicação. Podemos dizer que controlamos 512 canais digitais num único cabo DMX.

Quando nos referimos na linguagem digital o termo comunicação, no caso da Iluminação Cênica, vamos nos referir aos parâmetros do instrumento digital que estamos selecionando.

É o famoso: “quantos canais tem o aparelho?”.

A comunicação se desenrola com  maior facilidade.

Agora um outro ponto importante, cada canal possui um conjunto de 255 passos. Por isso, citando um exemplo, quando você aciona os botões aparece essa numeração e não 100%.

Outro exemplo que num único canal de LED podemos, nesses 155 passos, ter as atribuições de um determinado comando. 

Exemplo o “canal de macro do aparelho”, em que ele faz uma espécie de varredura nos efeitos de cores.

Ou mesmo, num outro canal está a velocidade para controle desses efeitos, e por ai vai.

Mais um exemplo para entender sobre os “255 passos” é a troca de cores, intensidade, gobos, pan/tilt, rotações ou não, íris, “facas”, ou seja, são as atribuições que cada aparelho possui.

 

No caso do dimmer, é referente a cada canal do dimmer que trabalha num processo de dimerização de lâmpadas halógenas, que ainda encontramos muito nos teatros do Brasil.

ATRIBUTOS: (ou attributes em inglês) – é o mesmo que PARÂMETRO – são as características programáveis dos aparelhos robóticos, ou Moving Light; incluímos nesta lista Pan, Tilt, Foco, Íris, Gobos, Filtros de Cores, Disco de Cores, Shutter (facas), etc.

fonte: Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos

Sei que pode estar achando muita informação, isso por que nem comentei ainda como se trabalhar com tudo isso.

Quando iniciamos na Iluminação Cênica isso pode parecer complicado, mas na prática é muito mais fácil a compreensão.

Mas saiba que uma das informações mais importantes que precisará compreender, querendo ou não.

É a linguagem fundamental entre tudo que for instrumento de iluminação e controle deles. 

 

A CONEXÃO (PLUG) DMX 512 NA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Fisicamente é um cabo de sinal finalizado em suas pontas com conectores de 3 e 5 pinos “macho e fêmea”., entretanto é muito parecido com os cabos XLR de microfones.

Iluminação cênica online Alessandro Azuos
Conectores “fêmea” e “macho” com 5 pinos (podendo encontrar com 3 pinos)

 

A diferença entre os cabos XLR (microfones) é que os cabos DMX são blindados numa malha e com a impedância em torno de 110 a 120 Ohms que é próprio para essa “comunicação de dados digitais”.

Sobre a Impedância:

IMPEDÂNCIA: Por outras palavras, a tensão elétrica é a “força” responsável pela movimentação de elétrons.

O potencial elétrico mede a força que uma carga elétrica experimenta no seio de um campo elétrico, expressa pela lei de Coulomb. Portanto, a tensão é a tendência que uma carga tem de ir de um ponto para o outro.

Normalmente, toma-se um ponto que se considera de tensão zero e mede-se a tensão do restante dos pontos relativos a este.

fonte: Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos

Claro que muitos locais ainda utilizam os cabos XLR (cujo a impedância é menor) e também funciona quando se tem poucos aparelhos e estão próximos, após uma metragem superior a 100 metros, poderá perder o sinal.

Por isso não indico os cabos de microfone XLR, quem avisa amigo é!!!

Os cabos apropriados para DMX tem seu preço muito elevado em relação ao XLR, por isso ainda são muito utilizados, mais fáceis de serem encontrados.

Além do cabo DMX é possível fazer essa comunicação via Cabo de Fibra Ótica ou Cabo de Rede, o que potencializa para grandes distâncias, falarei mais sobre isso na parte deste post.

 

ENDEREÇAMENTO/ADRESS – PARTE 1/3

Uma ótima notícia, para quem está começando a estuda o protocolo DMX 512, é que qualquer aparelho DMX pode ser configurado em qualquer console que tenha o acesso a este tipo de protocolo.

Para isso é preciso determinar um “endereço (Address)” para cada instrumento digital (LED, Movings, dimmer, etc). O endereço determina uma localização virtual para que a linguagem possa entender o que fazer com os parâmetros que existem nele.

Esse endereço poder ser feito através do painel do DIP SWITCH, encontrado nos modelos analógicos e digitais:

Iluminação cênica online Alessandro Azuos
display DIP ANALÓGICO – foto arquivo pessoal
Iluminação cênica online Alessandro Azuos
display DIP digital – foto arquivo pessoal

Cada instrumento possui uma quantidade de parâmetros diferentes uns dos outros, cada fabricante tem suas sofisticações tecnológicas e cabe ao técnico/iluminador compreender bem o que se pede.

Outra informação quanto ao endereçamento é saber que os consoles limitam-se nesses dados em blocos que recebem o nome de UNIVERSO DMX. Esses universos podem receber 512 informações cada (por isso protocolo DMX 512).

Por isso é muito comum um console ter mais de 1 universo DMX, para que receba a quantidade

Calculando o DIP anlógico:

 – esse sistema de endereçamento é trazido da computação, através a lógica do “Código Binário”

1 = 001  //  2 = 002  //  3 = 004  //  4 = 008 //  5 = 016  //  6 = 032  //  7 = 064  //  8 = 128  //  9 = 256

Iluminação cênica online Alessandro Azuos
display DIP analógico com código – foto arquivo pessoal

 A referência desse código binário é para você encontrar o endereçamento digital, como segue:

 – exemplo: um dos endereços do aparelho é 301, então pegamos o DIP mais próximo (no caso o 9 que é 256, faltarão 45, então você busca a numeração mais próxima que é 6 que é 032, faltarão 13, na sequência poderá levantar os correspondentes 4 que é 8 + 003 que é 4 e 1 que é 001), ou seja, acionarei os botões:

  9 = 256  //  6 = 032  //  4 = 008   3 = 004  //  1 = 001

somando-se os “canais referentes”: 1 + 4 + 8 + 32 + 256 = 301

 

ENDEREÇAMENTO/ADRESS – PARTE 2/3

Por se tratar de um protocolo de comunicação, você deverá entender que os instrumentos robóticos terão uma configuração individual (ou não), e a isso chamamos de “endereçamento” (ou Adress).

Esse é o primeiro procedimento, “endereçar” o instrumento para que o console possa encontrá-lo e assim configurar os “parâmetros” que ele possui.

PARÂMETRO: (ou Parameter em inglês) – é o mesmo que ATRIBUTO dito anteriormente – referente aos comandos individuais “atribuídos” para cada tipo de Instrumento Robótico, ou dispositivo eletrônico. Alguns comandos: intensidade (ou dimmer), pan, tilt, foc, íris, gobos, filtros, prisma, shutter (facas), cores em geral, etc. Estes comandos podem variar muito conforme o fabricante do dispositivo eletrônico..

fonte: Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos

Esse “endereçamento” é formado por um número X de canais, por isso deverá ser feito um cálculo simples de quantos “canais” cada aparelho possui, para que não ultrapasse o limite de cada UNIVERSO DMX 512.

Ao chegar no Console ou Software é feito o Patch dos instrumentos, o Patch é “dizer ao console qual aparelho estarei utilizando e quantos canais este aparelho “ocupará” num determinado UNIVERSO DMX 512.

UNIVERSO DMX: correspondem às informações digitais através do PROTOCOLO DMX 512 o Instrumento Multiparâmetro e o Console, comportando até “512 sinais entre trocas de informações digitais“ através de um único cabo; alguns consoles permitem controlar mais de 1 universo paralelo a outros.

fonte: Dicionário de Iluminação Cênica, de Alessandro Azuos

Qual a importância de saber quantos parâmetros um aparelho possuo?

Agora trago um termo bem técnico para referir-se aos movings e LED: Instrumento Multiparâmetro, talvez encontre esse termo em alguma literatura bem técnica:

    • Instrumento: nome adotado para referir-se a quaisquer equipamentos que utilizamos na Iluminação de Palco,
    • Multiparâmetro: para referirmos a quantidade de parâmetros, ou atributos, que cada aparelho nos fornece, variando bastante de cada fabricante.

Caso a soma de diferentes aparelhos ultrapasse a 512 canais, estes outros correspondem a um novo UNIVERSO DMX, que também cada Console trabalha com quantidade de universos diferentes, para atender as mais variadas demandas.

Ao passar para um “2º UNIVERSO” poderá também encontrar 2 formas:

    • alguns Consoles/Softwares podem simplesmente continuar como 513, 514… e segue
    • outros Consoles/Softwares poderá continuar como 1.001 (primeiro número refere-se ao UNIVERSO DMX e o segundo ao canal de parâmetro correspondente, ou 2.001 (já no segundo UNIVERSO DMX)

Sei que a princípio, se você está começando a entender o universo digital parece complicado, mas em pouco tempo isso se tornará uma linguagem simples e muito usual no dia a dia de trabalho.

Outro detalhe importante que esses vários universos poderão combinar-se entre si, lembre-se que o DMX é um protocolo inteligente, ele envia e recebe dados de todo o sistema interligado.

 

ENDEREÇAMENTO/ADRESS – PARTE 3/3

Conforme comentei anteriormente, o Porotocolo DMX é principal comunicação entre os Instrumentos de Iluminação multiplexados, porém com o passar dos anos, diversos trabalhos estão tornando-se complexos.

Complexos no sentido de que os aparelhos robóticos estão cada vez mais compostos com recursos que até há alguns poucos anos não existiam.

Hoje em dia encontramos aparelhos robóticos que você poderá trabalhar com 30, 60 ou 120 atributos, como é o caso desse aparelho:

Iluminação cênica online Alessandro Azuos

 

Fixture: HY B-EYE K25 (modelo CL3015 HY B-EYE K25 TEATRO)

Modos de trabalho: conforme manual, de 22 a 148 canais

Com esse aparelho é possível trabalhar no que podemos chamar de “modo pixel”, cada LED do aparelho de maneira individual, por isso, além da grande quantidade de canais, precisa-se de uma forma de protocolo que atenda essa necessidade.

 

Este caso é um exemplo, existem muitos outros aparelhos robóticos que possuem suas mais diversas especificações técnicas.

Caso você utilize 10 aparelhos com o modo pixel mais avançado, você ocupará 1480 canais, equivalente a 2,5 universos DMX, e agora o que faço nesse caso?

Calma, que tem saída isso, você poderá entrar com o aparelho em rede, o que faz com que ele ganhe muito mais universos e um grande número de “canais” das atribuições dos aparelhos.

 

PERSONALIDADE x “CANAL DMX”

Cada canal possui uma personalização que vai de “0 a  256 valores” (algo equivalente a dimerização do sistema analógico), essa é a forma com que a eletrônica encontra seus dados, mas aqui chamamos tercnicamente de “valor”.

Outra forma para que possa entender melhor, é que já vem estabelecido para cada instrumento esse “valor”, se refere a um subnível de um comando do aparelho, exemplos bem simples para compreender esse processo:

  •  canal 01: refere-se ao “dimmer”, aqui utilizamos a linguagem usual, mas eletronicamente cada “valor” desse canal irá liberar o subnível de um determinado comando, comparado ao analógico seria como o potenciômetro.
  •  canal 02: refere-se as “macros”, neste caso, a medida que aumenta os valores (pelo potenciômetro) aparece o comando referente ao subnível correspondente.
  • E assim segue com os outros canais de cores, ou quaisquer outros atributos, sendo individual em cada marca e modelo que você está trabalhando.

CURIOSIDADE:

Dentro de cada canal do DMX-512, existem 256 níveis caracterizados como 001 (0-256).

Uma personalidade se refere as “funções individuais” do produto é dividida por canal e por subníveis de sinal dos canais. Exemplo, um canal no endereço DMX 001, função “OFF” (0-127), função “ON” (127-256).

As personalidades são únicas para cada instrumento de iluminação e você realmente precisa conhecê-las para funcionar corretamente.

Por exemplo, uma cabeça móvel no canal de cor é possível que no parâmetro de 1 a 15 a cor seja branca, no nível 16 a 30 a cor seja azul, no nível 31 a 45 a cor seja verde, e assim por diante até o valor 256 e em cada um dos canais do projetor.

 

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Iluminação cênica online Alessandro Azuos

 

MAS E O “DIMMER” COMO É PROCESSADO NO DMX SE É ANALÓGICO?

Iluminação cênica online Alessandro Azuos
Main Power da empresa Star Lighting (link na foto)

 

Quando nos referimos ao dimmer, estamos falando da Iluminação Convencional, aquela que utiliza geralmente as lâmpadas em filamento como o PC, Fresnel, PAR, Ser-Light, etc.

Estes aparelhos obrigatoriamente passam pelo sistema de dimmers que já está habilitado com configurações multiplexadas para recebimento e envio de dados.

Deverá entender que cada módulo de dimmer deverá ser endereçado, correspondente a quantidade que possui de canais em cada módulo.

O controle será executado também pelo Console/Software que entenderá como um aparelho multiparâmetro, em que cada canal do dimmer será um parâmetro único.

Na prática:

Meu módulo de dimmer possui 12 canais cada, então deverá ser acrescido ao cálculo de Parâmetros, sendo que os 12 canais, se comportarão de maneira independente para operação.

É muito comum quando temos os dimmers, colocarmos os primeiros endereços para uma melhor organização no Console/Software, seguido dos aparelhos robóticos e outros efeitos.

 

SPLITTER PARA AJUDAR NA AMPLIFICAÇÃO E DIVISÃO DE SINAIS

O Splitter é um aparelho que divide o sinal DMX para mais aparelhos, prevendo um uso máximo de 32 aparelhos ligados num única saída de linha DMX, alguns também ajudam na amplificação do sinal (deverá ser consultado junto ao fornecedor e fabricante do equipamento)

Existem diversos modelos no mercado, o profissional deve verificar o que melhor o atenderá em cada projeto.

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Splitter com 1 entrada e 4 saidas , marca MPL (link imagem)

 

Alguns Splitters também podem auxiliar na função de buffer (nome técnico para o amplificador de sinal), cabendo ao Profissional fazer essa verificação ao aparelho que está trabalhando.

Esse aparelho poderá ter diversas saídas de linha DMX e poderá encontrar modelos com mais de um UNIVERSO DMX, também dependerá de cada fabricante e porte do evento que irá trabalhar.

Alguns apresentam a possibilidade de ser conectado via Cabo de Rede, através de Fibra Ótica.

 

LIMITAÇÕES DO PROTOCOLO DMX NA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Sim, falando sobre o cabo, mesmo sendo especialmente criado para transmissão de dados (uso dos protocolos na extensão do cabo), as informações se perdem ao longo do caminho, por isso em muitos casos trabalha-se com o cabe de rede, comentarei isso no post 2/2.

Outro limite que existe que não pode ultrapassar 32 aparelhos por universo, isso limita numa montagem de grande proporção.

Outro detalhe é muito útil, quando trabalhamos em distâncias grandes, sempre utilizar o buffer, ou splitter com buffer, isso ajuda a não perder tanto o sinal em longas distância, mas atualmente temos os cabos de rede para que não haja a perda dos sinais.

Outro limite no sistema DMX 512, é que cada universo trabalha com “512 informações”, ou seja, precisará ter essa noção quando você cria um projeto em Iluminação, e mais uma eu repito para ler mais sobre os sistemas em rede no próximo post.

Como já comentado, os instrumentos robóticos, ou multiparâmetros, podem ter entrada/saída de 3 ou 5 pinos, deverá ser verificado antes se haverá a necessidade do uso de adaptadores, lembrando que num universo físico DMX, quanto mais “junções de pinos” maior será a probabilidade de se ocorrer um erro e você demorar a encontrá-lo.

Algo que atrapalha bastante o mercado no Brasil são os instrumentos mais baratos, que por terem preços mais acessíveis, consequentemente seus componentes eletrônicos também são equivalentes, por isso é muito comum ocorrerem diversos problemas com esse tipo de aparelho.

 

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Clique na imagem para conhecer o TREINAMENTO CORES NA ILUMINAÇÃO CÊNICA

 

RESUMÃO DO POST 1/2: DMX ILUMINAÇÃO CÊNICA

Você está procurando um poderoso sistema de controle de iluminação que possa dar vida à sua visão criativa? Então não procure mais do que DMX, a tecnologia de multiplexação digital líder do setor.

Desenvolvido pela Entertainment Services and Technology Association (ESTA), o DMX é amplamente utilizado em aplicações de entretenimento, como teatro, shows, clubes e parques temáticos.

Com seus sofisticados recursos de programação e interface de usuário intuitiva, é fácil entender por que tantos profissionais confiam nesse sistema confiável para seus projetos.

Nesta postagem do blog, forneceremos uma visão geral do que torna o DMX único em relação a outros sistemas de controle de iluminação existentes hoje.

Explicaremos como ele funciona e exploraremos alguns de seus recursos que o tornam tão popular entre usuários de todo o mundo. Por fim, discutiremos como você pode começar a usar o DMX em seu próprio projeto!

 

Então, o que exatamente é DMX? Como mencionado acima, Digital Multiplexing (DMX) é um protocolo que permite que dois ou mais dispositivos conectados em uma única linha de dados se comuniquem sem interferir nos sinais um do outro – tornando-os ideais para uso em produções teatrais complexas onde grandes números de luzes são necessários de uma só vez, mas precisam de comandos individualizados enviados rapidamente sem qualquer interferência entre canais ou dispositivos que compartilham a mesma linha.

 

Esse tipo de comunicação também garante confiabilidade, pois todas as mensagens enviadas por um canal serão recebidas corretamente, independentemente de serem destinadas a outro dispositivo ou não – o que significa menos tempo gasto na solução de erros devido a conexões defeituosas!

A principal característica que os diferencia dos multiplexadores analógicos tradicionais é a capacidade de enviar instruções detalhadas sobre níveis de escurecimento, velocidades de movimento, mudanças de cor etc., permitindo aos usuários maior flexibilidade ao criar shows de luz dinâmicos.

Além disso, como essas instruções são codificadas digitalmente em vez de analogicamente, elas têm uma precisão muito maior em comparação com os controladores dedicados de ponta, como os usados ​​em teatros profissionais!

Além disso, ao contrário da maioria dos controladores de iluminação tradicionais que requerem cabos separados indo e voltando entre luminárias e unidades de controle.

Devido à sua natureza encadeada em série, apenas um cabo precisa ser conectado por combinação de dispositivo elétrico/unidade controladora, economizando tempo e dinheiro durante a configuração também!

Por último mas certamente não menos importante, que graças ao fato de que em poucos minutos qualquer pessoa familiarizada com os fundamentos destes posts pode configurar facilmente sua própria estação mestre DMX “universal” – permitindo-lhes criar sequências de shows personalizadas adaptadas especificamente para seu local/situação particular, garantindo o máximo impacto a cada show.

 

CLIQUE AQUI PARA LER A CONTINUAÇÃO DO POST 02/02

 
Brindes especiais do post

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BORA ILUMINAR O MUNDO!!!


 

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