Iluminação Cênica: Técnico Não É Personal Trainer

Ser-Luz, existe uma grave informação sobre a Iluminação Cênica que poucos tem coragem de trazer aqui: Técnico não é Personal Trainer.

Impressionante ver alguns técnicos que viajam com espetáculos em geral, ao chegarem no local acham que o Técnico que montou toda a estrutura tem que ser “Personal Trainer“.

Ou sejam, o Técnico, que viaja, não faz o dever de casa que é estudar consoles, instrumentos de luz em geral, chega no local e não lidar com nada disso.

A esses Profissionais que eu considero serem medianos, estão na média (ou seja medíocres), só atrasam o crescimento de nossa Carreira Profissional.

 

ILUMINAÇÃO CÊNICA E OS PROFISSIONAIS QUE NÃO ESTUDAM, VÃO NO FLUXO DAs “MODINHAs”

O post de hoje é um tema que está muito mais ligado a questões comportamentais do Profissional da nossa área que é técnico para entretenimento, mais precisamente com o técnico ou operador.

Aquele que viaja, que está sempre junto, aquele que vai fazer as turnês, porque nem sempre o iluminador vai junto, muitas vezes é mandando um operador ou um técnico mais especializado.

O que eu quero estar comentando é o seguinte:

Depois que começou a revolução digital na Iluminação Cênica, ou seja, depois que os aparelhos robóticos adentraram no mercado do entretenimento, mudaram a forma de se criar, montar e operar a Iluminação Cênica.

Consequentemente, nós temos também consoles de iluminação para que a gente opere cada vez com maior precisão, com maior técnica, com maior engenhosidade, vamos dizer assim.

• • E o que acontece?
  • O que eu vejo?
  • O quê que eu vi de crescimento nesses últimos anos?

Eu quero estar levando a questão do que eu estou chamando hoje aqui o nosso vídeo: que o técnico não é um Personal Trainer.

 

A REVOLUÇÃO DIGITAL NA ILUMINAÇÃO CÊNICA TROUXE MUITOS DESPREPARADOS À PROFISSÃO

Acontece o seguinte, devido a essa grande “revolução digital”, muitos estão adentrando no mercado da iluminação devido ao “imaginário que se criou nesse mundo Profissional”.

Nós que somos do ramo há muitos anos, trabalhamos desde a “Era Analógica”, sabemos o quanto é complicado uma montagem e adequações técnicas na nossa área..

• • E eu pude, com muito prazer, acompanhar tudo isso.
  • Corri atrás de informações, mesmo quando deixava um pouquinho os centros culturais e ia trabalhar com companhias, viajando.
  • Tentei saber o máximo, sempre li a respeito e, hoje em dia, eu tenho uma certa especialização, entendo um pouco.

O que percebo que está acontecendo:

Ultimamente, eu vejo diversos profissionais que viajam com companhias, os operadores, que muitas vezes estão despreparados para estar desenvolvendo a habilidade de operação mesmo.

Até alguns anos atrás, era muito mais prático de se trabalhar a questão da operação numa mesa, porque você tinha toda a mesa analógica, você tinha todo o sistema, você ia fazendo durante o espetáculo, enfim, tinha “n” questões, era muito mais analógico.

Hoje em dia, com o digital, ele é um pouquinho diferente, com o digital a gente tem que pensar um pouco mais.

O digital requer uma lógica de pensamento um pouco diferente, porém a forma de operação não mudou.

O que mudou foi a forma com que a gente conduz tudo isso “daí”, toda essa prática da questão operacional no console.

A ILUMINAÇÃO CÊNICA É CONSTAMENTE ATUALIZADA

Muitas vezes, o profissional que está viajando, principalmente teatro e dança, não está preparado para estar no mercado.

E o que acontece quando ele chega no local?

• • O que eu percebo é que pede uma infinidade de equipamentos e não sabe lidar com aquilo;
  • Ele depende muito dos técnicos do local, dos técnicos que estão locando material para poder fazer as coisas.

E eu serei muito sincero nessa questão: o operador em que estar preparado para trabalhar com qualquer Console que apareça, desde um Console Analógica a um Console Digital.

Da mesmo forma que ouvi uma vez:

• • “… mas é muita coisa para aprender!”.

Em conclusão aprendi que:

• • “Ainda bem que é muita coisa para aprender sim, mas se você é Profissional isso agrega valor ao seu trabalho”.

Por isso que, hoje em dia, você tem os cursos especializados, você tem cursos desenvolvidos para cada área, para cada marca de material, ou seja, para cada fabricante de material.

As fabricantes sempre liberam Cursos gratuitos, então é só você estar “antenado” que você vai conseguir fazer isso, ou então quem as representa aqui no Brasil.

E por que eu estou dizendo isso?

Porque você chega no local completamente despreparado e quem está lá, muitas vezes, não está lá só para fazer isso.

Ele está lá, ele já montou, ele já passou, de repente, você pega aí, a gente sabe disso, que a realidade no Brasil, muitas vezes, os técnicos passam a noite montando para você.

Eles passam, muitas vezes, eles têm duas, três, quatro, cinco horas de sono. Isso se tiver, às vezes, se conseguir dormir.

Por quê?

Porque muitas vezes a gente chega no local e não tem tempo, você pega festivais, é tudo muito corrido, tudo muito “pauleira”.

Aí chega um profissional, que se diz operador, e não consegue levantar e nem apertar um botão para poder gravar na mesa. Isso é extremamente complexo.

 

Despreparo de uma nova geração NA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Ser-Luz, vamos acordar um pouquinho, pessoal que opera a iluminação para que não ocorra mais isso, sabe?

Chega e fala no local, chega e seja humilde:

• • “Olha, eu não sei trabalhar com isso, você pode me dar uma explicação rápida para que eu possa fazer?”.

Porque o técnico do local, o técnico da locadora não tem obrigação de gravar para você.

Você, eu falo assim que as produções, hoje em dia, elas têm que viajar com um profissional qualificado.

Além disso têm que viajar com profissionais que realmente atendam a demanda.

E há uma falha tão grande nessa questão de operadores que, às vezes, me assusta, eu penso comigo, eu falo “poxa, esse cara, de repente, esse profissional, para estar trabalhando ali, ele tem que ter um DRT e eu também tenho DRT”.

E até eu fico pensando:

“Como será que conseguiu esse DRT se não sabe, afinal, um elipsoidal, faz confusão com lentes Fresnel IPC, sabe?”.

Por exemplo , de repente, um moving light, não que você deva saber qual que é a origem daquilo, não é isso, mas olha para um moving light e não tem noção do que é Spot, Wash ou Beam.

Olha para um LED e não tem noção do que é a mistura aditiva e subtrativa de cores???

Em outra palavras isso é o básico que um operador tem que saber fazer.

 

O QUE JA “VIVI” NA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Ele olha para um Console de áudio e de Iluminação, um ao lado do outro, e perguntou qual que era a de iluminação.

Então, quer dizer, isso me assusta, porque é esse o profissional que está adentrando no mercado.

Opa, tem alguma falha aí, tem algum erro em todo esse estudo dele.

Além disso é esse o recado que eu quero estar deixando para quem opera.

• Para quem viaja com espetáculos: acorda um pouquinho, acorda, acorda, corre atrás de informação, corre atrás de informação.

Os técnicos do local, os técnicos que você contrata não são Personal Trainers pra ficar junto com você, “tá”? Entenda isso.

Eles fazem até um certo momento, depois daquilo, a parte técnica já não é mais, já é a parte operacional.

A parte de você trabalhar dentro do Console é contigo, quem viaja é que tem que programar o espetáculo.

VERDADES PRECISAM SER DITAS

Oh, se tiver qualquer dúvida…

Eu sei que esse assunto é complicado, sei que muita gente não vai gostar disso.

No entanto, é uma triste realidade e temos que começar a “bater nessas teclas”.

Temos que, portanto, começar a discutir isso dentro dos grupos e encontros, mesmo os acadêmicos poderiam colocar isso em suas pautas (algo que não ocorre).

• • Em qualquer profissão você tem que estar preparado.
  • E parece que a nossa vira uma brincadeira, às vezes.

Assim, não leve a mal o que eu estou falando, leve como aprendizado, leve como feedback.

 

BORA ILUMINAR O MUNDO!!!

 

Créditos

Fotos: https://www.wired.com/2013/07/exploding-light-bulbs/

Arte: Alessandro Azuos

 

Brindes especiais do post