Caro iluminado, desabafo um pouco sobre a nossa função de iluminador, na área da Iluminação Cênica.
Perguntas pertinentes à nossa profissão
Venho me perguntando há um certo tempo, para ser mais honesto, há certos anos:
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qual é realmente o nosso papel na função de um iluminador em nosso país?
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para que servimos realmente?
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qual é nossa realidade?
Questionando-me com meus botões – vejam que posso estar errado em meu pensamento.
Não existe um curso em nível superior, que nos motive a estudar um bachalerado, licenciatura, ou mesmo especializarmo-nos em níveis de mestrado, doutorado ou mesmo PhD. A não ser se formos para alguma área coligada como cênicas, artes visuais, arquitetura, filosofia, etc.
Mas é ai que nos deparamos com um outra questão que é: o estudo referente AO QUE PEDEM QUE VOCÊ DESENVOLVA.
O setor acadêmico é bem direto e imparcial nesse aspecto.
Então cabe a você, artista, formador de opinião, desenvolvedor das artes, um “quebrador” de paradigmas.
Entretanto ao entrar para a academia, descobre que é proibido realmente desenvolver o que deseja e o que realmente quer. Portanto, recomeça um ciclo que muitos estudantes antes de você já desenvolveram em suas teses, e a sua tornasse mais uma dentre as tantas…. e por ai vai.
Entretanto sempre aprendi que um iluminador tem que conhecer muito bem equipamentos. Estar “antenado” com desenvolvimentos técnicos que possam auxiliá-lo em criação de seus projetos. Conhecer tecnicamente cada lâmpada e detalhes técnicos dignos de um mestre.
Além do que citei, ocorre:
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- o conhecimento no desenvolvimento visual e enriquecimento de sua cultura em artes visuais, história, filosofia, psicologia, fisiologia da visão, física, matemática;
- conhecimentos estratégicos de administração e logística, uma série de fatores que nos faltam num único curso;
- e acabamos por buscá-los separadamente, o que leva o mesmo, ou até mais, anos que cursar um nível superior até doutorado.
Vejo o “iluminador” com conhecimento amplo na área da iluminação, não somente em shows, área cênica, e por ai vai. Mas também como um possibilitador para projetos luminotécnicos.
Afinal, trabalhamos com a mesma matéria prima que é a LUZ.
Para finalizar…
Acho que este post é mais um desabafo do que qualquer outro que escrevi por aqui. Talvez seja por estar esgotado de ouvir tantos profissionais falando muita besteira acerca da profissão e conhecimentos necessários. Bem como assistir e ver trabalhos iguais em tudo, desde teatro, dança, shows, passando por residências, arquiteturas.
É notório ver profissionais da iluminação mais preocupados com seus egos do que qualquer outra coisa, preocupados em sair em revistas e em modismos, e se esquecem dos aspectos funcionais e artísticos das obras das quais assinamos.
Parte disso é nossa culpa também, pois, devíamos ser mais organizados e mais chatos com nosso sindicato, conhecermos melhor a lei e lutarmos por ela, para que nos auxilie e não somente nós corrermos atrás dela quando temos alguma problema com o trabalho nosso.
Post com acréscimo de informações sobre ser Iluminador:
Bob Wilson na Iluminação Cênica
Dicas bônus para a Iluminação Cênica
Caro iluminado, cara iluminada, espero que este post ajude muito em sua carreira, quaisquer questionamentos sabe que poderá entrar em contato comigo quando quiser.
Agora poderá ouvir o audio no “LIGHTCAST” do CARTILHA DE ILUMINAÇÃO CÊNICA:
BORA ILUMINAR O MUNDO!!!